Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1996. 148p.
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PRIMEIRAS PALAVRAS
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Formação docente e reflexão sobre a prática educativo-progressiva para a AUTONOMIA do ser dos educandos.
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A inconclusão do ser humano, sua inserção num permanente movimento de procura, a curiosidade ingênua e a crítica virando epistemológica.
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Formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas.
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O erro não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele.
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Sublinhar a nós mesmos professores e professoras a nossa responsabilidade ética no exercício de nossa tarefa docente.
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Educadores e educandos não podemos escapar à rigorosidade ética.
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Uma ética que condena o cinismo do discurso fatalista, que condena a exploração da força de trabalho do ser humano, que condena acusar por ouvir dizer, afirmar que alguém falou A sabendo que foi dito B, falsear a verdade, iludir o incauto, golpear o fraco e indefeso, soterrar o sonho e a utopia, promoter sabendo qu enão cumprirá a promessa, testemunhar mentirosamente, falar mal dos outros pelo gosto de falar mal.
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É por esta ética inseparável da prática educativa que devemos lutar.
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A melhor maneira de lutar por esta ética é vivê-la em nossa prática.
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Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e de aprender com o diferente, não permitir que o nosso malestar pessoal ou a nossa antipatia com relação ao outro nos façam acusá-lo do que não fez são obrigações a cujo cumprimento devemos humilde mas perseverantemente nos dedicar.
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É fundamental que os educandos percebam o respeito e a lealdade com que um professor analisa e critica as posturas dos outros.
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A transgressão dos princípios é uma possibilidade mas não é uma virtude. Não podemos aceitá-la.
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Faz parte da eticidade recusar, com segurança, as críticas que veem na defesa da ética, precisamente a expressão daquele moralismo criticado.
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Seria incompreensível se a consciência de minha presença no mundo não significasse já a impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença.
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Somos seres condicionados, mas não determinados.
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Há uma ideologia que considera uma só saída para a prática educativa: adaptar o educando a uma realidade que não pode ser mudada. De que se precisa, por isso mesmo, é o treino técnico indispensável à adaptação do educando, à sua sobrevivência. Mas o livro de Paulo Freire é um decisivo não a esta ideologia que nos nega e amesquinha como gente.
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